As funções de topo continuam maioritariamente em mãos masculinas

Apenas oito por cento das mulheres portuguesas ocupa o cargo executivo de director geral e nas sociedades anónimas apenas 12 por cento das funções de topo estão em mãos femininas.

Esta é uma das principais conclusões do estudo da Informa D&B – “Perfil da Presença Feminina no Tecido Empresarial Português” – divulgado hoje, em que se verifica que a disparidade entre as oportunidades nas empresas em função do género é ainda significativa.

Das empresas analisadas (405.300 no total) e nas 1.042 funções de gestão empresarial tidas em conta, apenas 30,1 por cento das funções de gestão são desempenhadas por mulheres.

45 por cento destas empresas têm uma equipa de gestão mista e, na mesma percentagem (45), têm uma equipa de gestão exclusivamente masculina, o que constitui uma diferença esmagadora face às mulheres uma vez que apenas 9,5 por cento têm uma equipa de gestão exclusivamente feminina. 
Assim, 55,3 por cento das empresas têm pelo menos uma mulher na gestão, enquanto que 90,5 por cento tem pelo menos um homem.

As funções executivas com maior presença feminina são as de direcção de recursos humanos (45 por cento), de qualidade (44,9 por cento), financeira/ contabilidade (31,4 por cento) e ainda marketing/ comunicação (29,9 por cento).

De acordo com recentes dados da Comissão Europeia, apenas três por cento das empresas são dirigidas por mulheres e é em Itália onde esta disparidade mais se acentua. As decisões respeitantes à presença feminina nas empresas ainda estão a cabo de cada Estado-membro mas a Comissão Europeia pondera avançar com regulação específica para repor a paridade nas empresas, facilitando o acesso das mulheres às posições de topo. A imposição de quotas não está excluída.

 

Notícia de: 10.03.2011 – 13:40 Por Marline Almeida Pereira, PÚBLICO