Representações da Violência

1992
Coordenação: Nelson Lourenço
Financiamento: Centro de Estudos Judiciários – Ministério da Justiça

Este trabalho tem o intuito de estudar as representações sociais da violência em Portugal. O seu objectivo e o seu objecto não se referem às práticas sociais mas ao significado que os indivíduos conferem a certos processos e situações, atribuindo-lhes a designação de violentos. A primeira dificuldade a superar numa análise da violência reside na própria definição do que é violência e muitas são as controvérsias entre os cientistas sociais sobre o significado deste termo. Deste modo, procurou-se determinar as representações sociais da violência, considerada como uma agressão contra a integridade da pessoa, por meios físicos ou psicológicos, assumindo o seu significado em função de um complexo processo de construção socialmente determinado. A violência é, assim, perspectivada como uma transgressão aos sistemas de normas e de valores que se reportam em cada momento, social e historicamente definido, à integridade da pessoa. De igual modo, a definição de violência aqui utilizada situa o seu significado não apenas na natureza da força e do agente agressor mas também nos efeitos de quem a sofre, isto é, da vítima.

Ao pretender-se estudar as representações sociais da violência, assumiu-se como ideia central na construção da matriz teórica que orientou a pesquisa e na definição das metodologias e das técnicas adequadas para a recolha e tratamento da informação a proposta de E. Durkheim: “não se deve dizer que um acto ofende a consciência comum porque é criminoso, mas que é criminoso porque ofende a consciência comum. Não o reprovamos porque é um crime, mas é um crime porque o reprovamos” (1984: 100).

 

Resultados

Lourenço, N., & Lisboa, M. (1992). Representações da violência. Lisboa: Centro de Estudos Judiciários